segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VISITAÇÃO À FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO E AO JOCKEY CLUB DO RIO GRANDE DO SUL.

Na última sexta feira (14/09) fizemos a visitação a duas obras em Porto alegre, à Fundação Iberê Camargo, do Arquiteto Álvaro Siza, e o Hipódromo do Rio Grande do Sul (Hipódromo do Cristal), do Arquiteto Román Fresnedo Siri. Neste momento falarei sobre as três temáticas que trabalhamos em sala de aula e analizarei nas obras estas proposições: Cheios e vazios (tensões), Espaço e Luz e Sistemas Construtivos.
Primeiro fomos na Fundação Iberê Camargo, um espaço designado à exposições. Essa edificação está voltada para dentro; ou seja, a maioria dos seus detalhes construtivos mais interessantes, os jogos de sensações, e – provavelmente - todas as suas características exteriores se dão para obter algum resultado no interior (como é o caso dos “braços” que vemos do lado de fora, que nada mais são que corredores largos para vencer os grandes pés direitos dos andares e também a forma como é cortado o grande prisma que gerou a estrutura se dá para obter as curvas internas do edifício). Sendo assim, a sua volumetria é definida justamente para criar as sensações que o arquiteto quis aguçar nos visitantes.

Sendo originado de um grande prisma de base retangular, e cortado da maneira que foi, com seus braços fazendo mensão à sua forma original se visto em planta, vê-se que a tensão gerada na edificação independe da cor que foi utilizada e do número de aberturas, como janelas ( o que não pode ser muito explorado em museos devido à preservação das obras inseridas nele), mas sim na forma criada.

A mais interessante das questões que o arquiteto utilizou no edifício e que está sendo abordada aqui, foi a iluminação juntamente com o sistema construtivo. A utilização do sistema contrutivo como suporte à edificação e como divisor da iluminação artificial e dos espaços foi bastante utilizada pelo arquiteto, uma vez que a obra tem poucas aberturas para o exterior.

Alem da iluminação artificial, outra forma que o arquiteto viu de iluminar o ambiente foi por aberturas zenitais, fazendo-nos lembrar dos trabalhos feitos em aula.


Outra estratégia adotada pelo arquiteto foi o das aberturas para o exterior em locais que não são de exposições, os espaços de serviços do museo, como a cafeteria e o atelier. A impressão que me passou foi que cada janela era como se fosse um “quadro natural”, o que era ajudado pela cor branca das paredes, pela esquadria, pintada de branco, mas de um material diferente do cocreto, o qual deu uma sensação de ser a moldura do quadro.



 
A outra obra visitada foi o Hipódromo do Cristal, o qual, sendo avaliadas somente duas obras, pode-se dizer que é o oposto do Iberê. Totalmente envidraçado e voltado ao exterior, a diferenciação das obras é óbvia devido à função de cada uma.

A sua forma básica quadrangular não cria muita tensão ao primeiro momento, mas seu ritmo de brises e tirantes ao ser quebrado, por exemplo, pela entrada na edificação central, é bastante intensa, e também já serve para indicar a importância do volume em relação aos demais, danda a sensação ao visitante de “saber por onde entrar”. Outro artifício usado pelo arquiteto foi o uso da simetria. Todo o edifício é simétrico, seja externamente, seja internamente, o que é comum, sendo o espaço utilizado para o que ele foi construído.


O edifício não é nada sem a luz do dia e sem a luz artificial. Durante o dia, o volume permite uma visualização de toda a área, tanto a vista principal – a área da corrida – quanto aos lados e a parte de trás, permitindo uma boa paisagem aqueles que não estão lá somente para ver as corridas, pois também há um restaurante no local. Já durante à noite, o lugar, com uma iluminação intensa, destaca-se na paisagem, pois na área em que se insere só há o hipódromo construído e mais nenhum volume tão alto no entorno. Ele também é bastante afastado da avenida que lhe dá acesso, logo, surge como um marco no visual da zona Sul de Porto Alegre à noite.

Sua volumetria pode ser definida sem muitas incertezas: tratam-se de prismas de base retangular, praticamente três caixas de vidro com uma grande cobertura em balanço em cada uma delas. O grande destaque dessa estrutura é a cobertura, uma estrutura bastante pesada visualmente e que parece estar em completa harmonia com a caixa de vidro que a sustenta. Seus tirantes aparecem nos volumes criando ritmos e fazendo parte do visual externo da edificação, já seus grossos pilares ficam internalizados, sendo ocultados pelo direcionamento que a ausência de paredes causa nos expectadores da corridas.


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